metodo

A finalidade da ciência é a busca da verdade, no trato da realidade, de maneira teórica e prática. Para alcançar esse fim, colocam-se vários caminhos. E desses trata a Metodologia.

Através da Metodologia estudam-se os passos através dos quais se pretende conhecer a respeito de um determinado assunto. Contudo, não se deve valorar a Metodologia em detrimento do próprio fato de fazer ciência. Importante chegar onde se propõe chegar: fazer ciência. Os meios utilizados para alcançar esse fim são essenciais, conquanto meramente instrumental. O que interessa é o ato da pesquisa. A Metodologia é somente instrumento para que se possa alcançar o fim determinado. Ocorre como na Arte.

É preciso aprender a técnica para adquirir base suficiente, mas não se pode sacrificar a criatividade em favor da técnica. Ao contrário, o bom artista é aquele que supera os condicionamentos da técnica e consegue voar sozinho. Assim, as sugestões metodológicas são importantes à medida que favorecem a criação da pesquisa.

A palavra método significa o conjunto de etapas e processos a serem ultrapassados ordenadamente na investigação dos fatos ou na procura da verdade. Propicia, portanto, o controle da busca do conhecimento, ou seja, é o que permite, na ciência, delimitar o campo da pesquisa. Com o método é possível descobrir a regularidade que existe nos fatos e esta é a grande preocupação do cientista: a partir da observação da regularidade dos fenômenos, verificar, inferir, explicar e generalizar o fenômeno e, então, transformá- lo em lei. Esta é, como já referido anteriormente, uma característica da ciência: geral e não fruto de um conhecimento particular. É, portanto, o método, um caminho racional para se chegar a determinado fim e será executado através de técnicas adequadas e convenientes.

A técnica é a forma utilizada para percorrer esse caminho. Consiste nos diversos procedimentos ou na utilização de diversos recursos peculiares a cada objeto de pesquisa, dentro das diversas etapas do método. Assim, um determinado método pode eventualmente ser executado por diferentes técnicas.

O método é mais geral, mais amplo, menos específico, é o traçado das etapas fundamentais; a técnica é a instrumentação específica da ação. O método é estável; as técnicas são variáveis, de acordo com o progresso tecnológico. O método indica o que fazer e a técnica indica o como fazer. O método é a estratégia da ação ao passo que a técnica é a tática da ação. Com a tática (técnica) adequada vence-se a batalha; com a estratégia (método) apropriada, vence-se a guerra.

Desenvolvimento histórico do método

A preocupação em descobrir e, portanto, explicar a natureza vem desde os primórdios da humanidade, quando as duas principais questões referiam-se às forças da natureza, a cuja mercê viviam os homens, e à morte. O conhecimento mítico voltou-se à explicação desses fenômenos, atribuindo-os a entidades de caráter sobrenatural. A verdade era impregnada de noções supra-humanas e a explicação fundamentava-se em motivações humanas, atribuídas a “forças” e potências sobrenaturais.

À medida que o conhecimento religioso também se voltou para a explicação dos fenômenos da natureza e do caráter transcendental da morte, como fundamento de suas concepções, a verdade revestiu-se do caráter dogmático, baseada em revelações da divindade. É a tentativa de explicar os acontecimentos através de causas primeiras, os deuses, sendo o acesso dos homens ao conhecimento derivado da inspiração divina. O caráter sagrado das leis, da verdade, do conhecimento, como explicações sobre o homem e o universo, determina uma aceitação sem crítica dos mesmos, deslocando o foco das atenções para a explicação da natureza da divindade.

O conhecimento filosófico, por sua vez, parte para a investigação racional na tentativa de captar a essência imutável do real, através da compreensão da forma e das leis da natureza.

O senso comum, aliado à explicação religiosa e ao conhecimento filosófico, orientou as preocupações do homem com o universo. Somente no século XVI é que se iniciou uma linha de pensamento que propunha encontrar um conhecimento embasado em maiores garantias, na procura do real. Não se buscam mais as causas absolutas ou a natureza íntima das coisas; ao contrário, procuram-se compreender as relações entre elas, assim como a explicação dos acontecimentos, através da observação científica, aliada ao raciocínio.

Da mesma forma que o conhecimento se desenvolveu, o método, a sistematização de atividades, também sofreu transformações. O pioneiro a tratar do assunto, no âmbito do conhecimento científico, foi Galileu Galilei, primeiro teórico do método experimental. Discordando dos seguidores do filósofo Aristóteles, considera que o conhecimento da essência íntima das substâncias individuais deve ser substituído, como objetivo das investigações, pelo conhecimento das leis que presidem os fenômenos. As ciências, para Galileu, não têm, como principal foco de preocupações, a qualidade, mas as relações quantitativas. Seu método pode ser descrito como indução experimental, chegando-se a uma lei geral através de da observação de certo número de casos particulares. Os principais passos de seu método podem ser assim expostos: observação dos fenômenos; análise dos elementos constitutivos desses fenômenos, com a finalidade de estabelecer relações quantitativas entre eles; indução de certo número de hipóteses; verificação das hipóteses aventadas por intermédio de experiências; generalização do resultado das experiências para casos similares; confirmação das hipóteses, obtendo- se, a partir delas, leis gerais.

Contemporâneo de Galileu, Francis Bacon também partiu da crítica a Aristóteles, por considerar que o processo de abstração e o silogismo (dedução formal que, partindo de duas proposições, denominadas premissas, delas retira uma terceira, nelas logicamente implicadas, chamada conclusão) não propiciam um conhecimento completo do universo. Parte do pressuposto de que o conhecimento científico é o único caminho seguro para a verdade dos fatos, devendo seguir os seguintes passos: experimentação; formulação de hipóteses; repetição; testagem das hipóteses, formulação de generalizações e leis.

Ao lado de Galileu e Bacon, no mesmo século, surge Descartes. Com sua obra, Discurso do Método, afasta-se dos processos indutivos, originando o método dedutivo. Para ele, chega-se à certeza através da razão, princípio absoluto do conhecimento humano. Postula, então, quatro regras:

Evidência, que diz para não acolher jamais como verdadeira uma coisa que não se reconheça evidentemente como tal, isto é, evitar a precipitação e o preconceito e não incluir juízos, senão aquilo que se apresenta com tal clareza ao espírito que torne impossível a dúvida;

Análise, que consiste em dividir cada uma das dificuldades em tantas partes quantas necessárias para melhor resolvê-las, ou seja, o processo que permite a decomposição do todo em suas partes constitutivas, indo sempre do mais para o menos complexo;

Síntese, entendida como o processo que leva à reconstituição do todo, previamente decomposto pela análise, consistindo em conduzir ordenadamente os pensamentos, principiando com os objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para subir, em seguida, pouco a pouco, até o conhecimento dos objetos que não se disponham, de forma natural, em seqüências de complexidade crescente;

Enumeração, que consiste em realizar sempre enumerações tão cuidadosas e revisões tão gerais que se possa ter certeza de nada haver omitido.

Com o passar do tempo, muitas outras visões foram sendo incorporadas aos métodos existentes, fazendo com que surgissem também outros métodos, como veremos adiante. Antes, porém, cabe apresentar o conceito de método moderno, independente do tipo. Para tal, será considerado que o método científico é a teoria da investigação e que esta alcança seus objetivos, de forma científica, quando cumpre ou se propõe a cumprir as seguintes etapas:

Descobrimento do problema – ou lacuna, num conjunto de acontecimentos. Se o problema não estiver enunciado com clareza, passa-se à etapa seguinte; se estiver, passa-se à subseqüente;

Colocação precisa do problema – ou ainda, a recolocação de um velho problema à luz de novos conhecimentos (empíricos ou teóricos, substantivos ou metodológicos);

Procura de conhecimentos ou instrumentos relevantes ao problema

Tentativa de solução do problema com auxílio dos meios identificados – se a tentativa resultar inútil, passa-se para a etapa seguinte, em caso contrário, à subseqüente;

Invenção de novas idéias – hipóteses, teorias ou técnicas ou produção de novos dados empíricos que prometam resolver o problema;

Obtenção de uma solução – exata ou aproximada do problema, com o auxílio do instrumental conceitual ou empírico disponível;

Investigação das conseqüências da solução obtida – em se tratando de uma teoria, é a busca de prognósticos que possam ser feitos com seu auxílio. Em se tratando de novos dados, é o exame das conseqüências que possam ter para as teorias relevantes;

Prova ou comprovação da solução – confronto da solução com a totalidade das teorias e da informação empírica pertinente. Se o resultado é satisfatório, a pesquisa é dada como concluída, até novo aviso. Do contrário, passa-se para a etapa seguinte;

Correção das hipóteses, teorias, procedimentos ou dados empregados na obtenção da solução incorreta – esse é, naturalmente, o começo de um novo ciclo de investigação.

Com base nisso, podemos fazer 2 tipos de pesquisa: qualitativa e quantitativa.

O que é a metodologia em uma palavra?

É o COMO você vai fazer sua pesquisa.

Quer facilitar sua vida?

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Prá que serve a Metodologia?
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