senso comum

O conhecimento vulgar ou popular, também chamado de senso comum, não se distingue do conhecimento nem pela veracidade, nem pela natureza do objeto conhecido. O que diferencia é a forma, o modo ou o método e os instrumentos do conhecer.

O conhecimento empírico (popular) é aquele adquirido através da observação sensível e casual da realidade cotidiana e circunstancial; faz-se através de tentativas e erros. Sem método (ametódico e assistemático), é de nível intelectual inferior, mas de enorme utilidade prática como base do conhecimento.

A ciência não é o único caminho de acesso ao conhecimento e à verdade. Um objeto ou um fenômeno pode ser matéria de observação tanto para o cientista quanto para o homem comum. O que leva um ao conhecimento científico e outro ao vulgar ou popular é a forma de observação. Tanto o “bom senso”, quanto a “ciência” almejam ser racionais e objetivos.

Mas a realidade não se deixa revelar facilmente. Ela é constituída de numerosos níveis e estruturas, de um mesmo objeto podemos obter conhecimento da realidade em diversos níveis distintos.

Em outras palavras, a realidade é tão complexa que o homem, para apropriar-se dela, teve de aceitar diferentes tipos de conhecimento. Tem-se, então, além do conhecimento científico e empírico, conforme o caso citado, o conhecimento Filosófico e o conhecimento Teológico.

Verificamos que o conhecimento científico diferencia-se do popular muito mais no que se refere ao seu contexto metodológico do que propriamente ao seu conteúdo. Essa diferença ocorre também em relação aos conhecimentos filosófico e religioso (teológico).

Apresentamos a seguir, em linhas gerais, as características principais dos quatro tipos de conhecimento: empírico ou popular, filosófico, teológico e científico.

Conhecimento popular

SUPERFICIAL – conforma-se com a aparência, com aquilo que se pode comprovar simplesmente estando junto das coisas.
SENSITIVO – referente a vivências, estados de ânimo e emoções da vida diária.

SUBJETIVO – é o próprio sujeito que organiza suas experiências e conhecimentos.
ASSISTEMÁTICO – a organização da experiência não visa a uma sistematização das idéias, nem da forma de adquiri-las, nem na tentativa de validá-las.

ACRÍTICO – verdadeiros ou não, a pretensão de que esses conhecimentos o sejam não se manifesta sempre de uma forma crítica.

Conhecimento filosófico

É o conhecimento que se baseia no filosofar, na interrogação como instrumento para decifrar elementos imperceptíveis aos sentidos, é uma busca partindo do material para o universal, exige um método racional, diferente do método experimental (científico), levando em conta os diferentes objetos de estudo.

VALORATIVO – seu ponto de partida consiste em hipóteses, que não poderão ser submetidas à observação. As hipóteses filosóficas baseiam- se na experiência e não na experimentação.

NÃO VERIFICÁVEL – os enunciados das hipóteses filosóficas não podem ser confirmados nem refutados.

RACIONAL – consiste num conjunto de enunciados logicamente correlacionados.

SISTEMÁTICO – suas hipóteses e enunciados visam a uma representação coerente da realidade estudada, numa tentativa de apreendê-la em sua totalidade.

INFALÍVEL E EXATO – suas hipóteses e postulados não são submetidos ao decisivo teste da observação, experimentação.

Emergente da experiência, suas hipóteses assim como seus postulados, não poderão ser submetidos ao decisivo teste da observação. O objeto de análise da filosofia são idéias, relações conceituais, exigências lógicas que não são redutíveis a realidades materiais e, por essa razão, não são passíveis de observação sensorial direta ou indireta (por instrumentos), como a que é exigida pelo conhecimento científico. Exemplos são os textos filosóficos.

Hoje, os filósofos, além das questões metafísicas tradicionais, formulam novas questões: A maquina substituirá quase totalmente o homem? A clonagem humana será uma prática aceita universalmente? O conhecimento tecnológico é um benefício para o homem? Quando chegará a vez do combate à fome e à miséria? Dentre outros.

A filosofia encontra-se sempre à procura do que é mais geral, interessando-se pela formulação de uma concepção unificada e unificante do universo. Para tanto, procura responder às grandes indagações do espírito humano, buscando até leis mais universais que englobem e harmonizem as conclusões da ciência.

Conhecimento religioso ou teológico

Este tipo de conhecimento é adquirido a partir da aceitação de axiomas da fé teológica, é fruto da revelação da divindade, por meio de indivíduos inspirados que apresentam respostas aos mistérios que permeiam a mente humana, pode ser dados da vida futura, da natureza e da existência do absoluto. Exemplos são os textos sagrados, tais como a Bíblia, o Alcorão, entre outros.

A incumbência do Teólogo é provar a existência de Deus e, que os textos Bíblicos foram escritos mediante inspiração Divina, devendo por isso ser realmente aceitos como verdades absolutas e incontestáveis. A fé não é cega baseia-se em experiências espirituais, históricas, arqueológicas e coletivas que lhes dá sustentação. Nos dias atuais, a detenção do conhecimento é um tipo de poder disputado entre as nações. Contudo o conhecimento pode ser usado como mecanismo de opressão. Quantas pessoas e nações se utilizam do conhecimento que detêm para oprimir?

Conhecimento científico

REAL, FACTUAL – lida com ocorrências, fatos, isto é, toda forma de existência que se manifesta de algum modo.

CONTINGENTE – suas proposições ou hipóteses têm a sua veracidade ou falsidade conhecida através da experimentação e não pela razão, como ocorre no conhecimento filosófico.

SISTEMÁTICO – saber ordenado logicamente, formando um sistema de idéias (teoria) e não conhecimentos dispersos e desconexos.

VERIFICÁVEL – as hipóteses que não podem ser comprovadas não pertencem ao âmbito da ciência.

FALÍVEL – em virtude de não ser definitivo, absoluto ou final.

APROXIMADAMENTE EXATO – novas proposições e o desenvolvimento de novas técnicas podem reformular o acervo de teoria existente.

Correlação entre Conhecimento Popular e Conhecimento Científico
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